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quarta-feira, 25 de maio de 2011

A contribuição da Terapia Ocupacional no tratamento da dor

           
           A dor está presente em grande parte das queixas em relação à saúde que levam as pessoas a buscarem tratamento. Se apresenta de diversas formas, desde dores agudas que somem com o uso de medicamentos, repouso ou outro cuidado simples, até dores crônicas, insistentes e incapacitantes. Algumas vêm secundárias a outras patologias, como por exemplo, a dor no ombro e mão de pacientes após um acidente vascular encefálico, outras apresentam-se como sintomas da patologia principal, é o caso da dor das tendinites, mas também há aquelas dores sem causa aparente, que são persistentes.
          Hoje existem muitos recursos eficientes na luta contra a dor, muitas pessoas buscam tratamentos dentro das opções e obtêm sucesso, já outras têm que conviver com a dor crônica que pode se apresentar de diversas formas, intensidade, localização e pode chegar a ser incapacitante. É principalmente quando a dor se torna promotora de incapacidade que a terapia ocupacional é mais importante.            A terapia ocupacional auxilia nas mudanças de hábitos e criação de adaptações ambientais capazes de diminuir o contato da pessoa com a situação, postura ou condição causadora ou agravante da dor. Seu trabalho não intenciona acabar com a dor, mas uma vez que é papel desta especialidade da área da saúde buscar junto com seus pacientes, alternativas para independência, bem-estar e desempenho eficiente das atividades de vida diária, trabalho e lazer, a intervenção da profissão é muito importante nestes casos.             É importante salientar que o simples fato de se poder encontrar um espaço onde se possa dizer da existência da dor e onde a dor é reconhecida como uma queixa real, já trás alívio e suporte no enfrentamento do sofrimento.
           Sofrimento que se amplia a cada vez que a pessoa se submete a consultas, exames, testes, e diagnósticos que muitas vezes não encontram a causa da dor ou que constatam que se trata de uma dor psicogênica. J. D. Nasio, em seu livro A dor Física, define a dor psicogênica como uma dor sentida no corpo mas que não possui causa orgânica detectável. Ele ressalta que não se trata de uma invenção do paciente, a dor psicogênica é uma dor realmente sentida. Geralmente o paciente não entende como que, se a dor não tem causa, ela persiste. Ele sofre, se sente desamparado e acaba se apegando ao pensamento de que existe um erro e de que este erro é dele próprio. 
          O tratamento terapêutico ocupacional se inicia identificando a história da dor e o caminho percorrido pelo paciente na tentativa de se livrar dela. Em casos de dores agudas com prognóstico rápido de alívio são realizadas orientações especificamente voltadas para repouso e alternativas para se poupar a região dolorida.
            Nas dores crônica, é necessário um acompanhamento um pouco mais extenso onde se analisará as condições domésticas e de ambiente de trabalho para identificação das condições promotoras de dor. Identificadas as questões carentes de intervenções, orientações ergonômicas, ou seja, auxílio para organização do ambiente, serão ministradas. Mudanças em tipo de assentos, altura e distância da televisão, monitor e teclado do computador, mesas, escrivaninhas, prateleiras, organização e manipulação dos potes de mantimento e produtos de higiene e limpeza, maçanetas de portas, torneiras, calçados e colchões, podem fazer toda diferença no controle da dor. Pode haver necessidade de modificação de cabos de talheres, pentes, escovas e outros utensílios, da forma de dormir, etc. É necessário avaliar as necessidades de cada pessoa.           Mas o tratamento começa muito antes do processo de mudanças físicas, se inicia no momento em que se acolhe o paciente e ele percebe que a sua dor existe mesmo que os exames digam o contrário e que pode ser tratada com abordagens concretas no ambiente e nele próprio. O terapeuta ocupacional tem uma formação abrangente e, portanto, um bom entendimento da importância do trabalho multidisciplinar, sendo capaz de orientar o paciente em sua necessidade de auto-organização e organização do seu tempo para busca de soluções, além de busca de informações sobre as opções de tratamento que muitas vezes ele não consegue compreender ou identificar: atividade física, alternativas de lazer, intervenção fisioterápica, promoção de relaxamento, massoterapia, acupuntura, acompanhamento psicoterápico, especialidades médicas ...

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