Total de visualizações de página

domingo, 15 de maio de 2011

            

          A doença de Parkinson é uma afecção neurodegenerativa que se manifesta clinicamente através dos seguintes sintomas: tremor de repouso, rigidez muscular, lentidão de movimentos e alterações da marcha e do equilíbrio. A doença desenvolve-se quando neurônios de certa área do cérebro denominada substância negra morrem ou tornam-se não funcionantes. Esses neurônios produzem uma substância chamada dopamina, que é um importante mensageiro químico ou neurotransmissor. Costuma aparecer depois dos 60 anos mas 10% dos pacientes têm menos de 50 anos e 5% têm menos de 40.
       Na grande maioria dos casos a doença de Parkinson não é hereditária, isto é, não é transmitida de uma geração a outra através de determinado gene. Entretanto, pessoas que tenham algum parente próximo afetado apresentam probabilidade um pouco maior de desenvolverem a doença. Não se sabe ao certo a razão para que isso ocorra mas admite-se que características genéticas possam aumentar a suscetibilidade à doença. Por outro lado, em algumas famílias a doença pode ser hereditária e alguns genes responsáveis (como o gene da alfa-sinucleina) já foram identificados.
        Os cientistas costumam considerar duas hipóteses principais para a causa da doença: a hipótese ambiental e a hipótese genética e é provável que ambos os fatores sejam determinantes para o desenvolvimento desta. As pesquisas para se conhecer os mecanismos celulares envolvidos no processo de neurodegeneração têm avançado bastante nos últimos anos. 
        As várias formas de tratamento são utilizadas visando a melhora dos sintomas, na maior parte dos casos, o tratamento farmacológico associado ao tratamento não farmacológico (Terapia Ocupacional, Fisioterapia e Fonoaudiologia) costumam ser suficientes para melhorar consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes. Em algumas situações especiais, o tratamento cirúrgico pode ser empregado.
       Existem dois tipos de procedimentos cirúrgicos: cirurgia ablativa e estimulação cerebral profunda. Nos dois casos, a parte do cérebro que vai ser operada depende dos sintomas predominantes mas atualmente os alvos preferênciais são o globo pálido e o núcleo subtalâmico. A estimulação cerebral profunda é realizada através da introdução de um eletrodo no cérebro, este eletrodo fornece uma corrente elétrica contínua que melhora os sintomas da doença e reduz os efeitos colaterais da medicação (principalmente às discinesias), pode melhorar também a rigidez, o tremor e a velocidade dos movimentos. Esse tipo de cirúrgia representa um grande avanço no tratamento cirúrgico mas seu custo ainda é muito alto e sua realização ainda é pouco difundida em nosso meio. 
       O paciente ideal para realizar a cirúrgia é aquele que durante vários anos apresentou boa resposta à medicação mas que passou a desenvolver complicações decorrentes do tratamento tais como o fenomeno on-off e as discinesias (movimentos involuntários anormais) e que não podem ser controlados clinicamente, pacientes com outras formas de parkinsonismo ou que tenham alterações cognitivas importantes (demência) não devem ser operados. 
      As técnicas de transplante de células tronco têm como objetivo introduzir um grupo de células em determinadas partes do cérebro, caso essas células puderem multiplicar-se, outras células que desapareceram no curso de um processo degenerativo poderiam, teoricamente, ser substituídas. Tentativas de substituir células dopaminérgicas na doença de Parkinson têm sido feitas com resultados variáveis. Pacientes mais jovens parecem beneficiar-se mais do que os mais velhos mas mesmo assim as novas conexões formadas não são necessariamente parecidas com as originais e os resultados ainda são insatisfatórios. 

            

Nenhum comentário:

Postar um comentário