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sábado, 13 de agosto de 2011

Esclerose Múltipla e a intervenção da Terapia Ocupacional

    A esclerose múltipla (EM) ou esclerose disseminada é uma doença neurológica crônica, de causa ainda desconhecida, com maior incidência em mulheres e pessoas brancas (pessoas com genótipo caucasiano). Este tipo de patologia leva a uma destruição das bainhas de mielina que recobrem e isolam as fibras nervosas (estruturas do cérebro pertencentes ao Sistema Nervoso Central ou SNC).
   Esta doença causa uma piora do estado geral do paciente, como: fraqueza muscular, rigidez articular, dores articulares e descoordenação motora, e o doente sente dificuldade para realizar vários movimentos com os braços e pernas, perde o equilíbrio quando fica em pé, sente dificuldade para andar, tremores e formigamentos em partes do corpo.
  Em alguns casos a doença pode provocar insuficiência respiratória, incontinência ou retenção urinária, alterações visuais graves, perda de audição, depressão e impotência sexual. No comprometimento respiratório, pode acarretar episódios de infecção ou insuficiência respiratória, que devem ser tratados com atenção e rapidez, para minimizar o desconforto do paciente e coibir uma piora do seu estado geral. 
   Para minimizar os desconfortos respiratórios causados por esta patologia, são utilizados métodos tais como:
 -  Exercícios para desobstruir os brônquios;
 -  Exercícios para reexpansão pulmonar;
 - Reeducação diafragmática e da musculatura acessória, com uso de incentivadores respiratórios. 
  A fadiga é um sintoma muito frequente e bem conhecido da E.M., porém pode também ser um sinal de outras doenças, não sendo imediatamente identificado. A fadiga se manifesta muitas vezes sob a forma de períodos que podem durar alguns meses, durante os quais a disposição se esgota diariamente, após um pequeno esforço. A fadiga ocorre quer na EM em forma de surtos, quer nos tipos mais progressivos da doença.
  Também ocorre devido à disfunção das vias inibitórias:
 - Espasmos musculares;
 - Parestesia ou sinal de Lhermitte (sensação de "choques elétricos" no pescoço).
   A progressão da doença é bastante variável, distinguindo-se embtrês subtipos de E.M, de acordo com a sua evolução. A maioria dos doentes segue um curso de remissões alternadas com exacerbações. Cerca de 10-15% segue um curso mais grave e inexoravelmente progressivo, e em 25% dos casos a progressão é lenta, com sintomas moderados. 

 Intervenção da Terapia Ocupacional 

   Quando o terapeuta ocupacional se depara com doenças neurológicas graves como a EM, o tratamento a ser desenvolvido deve suprir necessidades e deficiências individuais específicas com base nas variações dos sintomas apresentados. A promoção da independência funcional na rotina diária e a manutenção da qualidade de vida do paciente são relevantes no tratamento em Terapia Ocupacional em quatro pontos principais, que são:

1) Força, movimento e coordenação da parte superior do corpo - preservar ao máximo a destreza e a força muscular residuais, proporcionando ao paciente exercícios e atividades que apresentem resistência graduada dos músculos deficitários, impedindo o desenvolvimento de padrões anormais de tônus (no caso espasticidade) e empregando repetição para estimular resistência física, deve - se prestar atenção no fator fadiga, pois o paciente pode não reconhecer nem admitir a fadiga. A espasticidade, aumento do tônus muscular causado pelo descontrole dos impulsos nervosos na medula espinhal, é outro sintoma que pode interferir na movimentação normal dos membros afetados, além de ocasionar espasmos flexores e extensores nos pacientes com esclerose múltipla. Cabe ao terapeuta perceber se, no aparecimento da espasticidade, as articulações dos membros superiores que foram atingidos não estão restringindo a movimentação ativa, caso esteja, a prescrição de órtese de posicionamento funcional pode ser realizada, evitando contraturas severas. Nos sintomas de redução de sensibilidade e destreza do paciente deve-se orientar na execução das atividades
o contato visual com o objeto nas mãos, evitando acidentes, tais como: cortes, queimaduras, entre outros.

2) A criação de adaptações como auxílio na prática de atividades de vida diária, proporcionando maior independência. Entre as ações é importante pensar na rotina deste paciente e ajudá-lo a torná-la simples e prática, através da análise dos ambientes de sua casa, realizando modificações. 

3) Prescrição de atividades para distúrbios de raciocínio, problemas sensoriais ou perda de visão - direcionar seus objetivos de tratamento à redução do impacto do comprometimento cognitivo sobre a capacidade de executar atividades cotidianas.

5 comentários:

  1. Tenho uma sobrinha de 15 anos que perdeu a visão do olho direito, dormiu bem e amanheceu se enxergar, foi diagnosticada com EM, ela está super triste, tão jovem e já cheia de obstáculos a vencer, gostei do blog, me abriu um pouco a visão sobre a doença. Obrigada, espero que o blog possa ajudar outras pessoas como eu a aceitar as provações da vida.

    Cláudia

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  2. Olá Claudia! Imagino sua dor e preocupação. bom, com essa crise econômica que vivemos , as pessoas dizem que momentos de crise são momentos de oportunidade. Eu desejo profundamente que esse momento em sua vida, que se apresenta como uma crise, também seja uma oportunidade para o fortalecimento dos laços de amizade, para a descoberta de outras formas de ajudar e de também ser ajudada. Enfim, quando Deus fecha uma porta, ele abre uma janela linda!!!!!!!! Grande abraço,karol

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